23 de maio de 2018

O gigante acordou novamente

A primeira mobilização dos caminheiros realizada ontem em vários Estados  contra o reajuste do preço do diesel mobilizou o País nesta terça-feira e mostrou a força da categoria. O movimento, que ganhou apoio de Rondônia, onde vários trechos da BR-364 foram fechados, serviu para mostrar a total insatisfação com a atual política de reajuste de preço adotada pela Petrobras. 
Nos últimos dias, o preço da gasolina subiu mais de sete vezes, somente este ano e esse reajuste impacta fortemente no bolso do consumidor, atingindo diretamente os pequenos comerciantes de bairros periféricos. O aumento do preço do diesel traz grande impacto para a economia, encarece o preço dos alimentos e faz impulsionar a inflação. 
Os caminhoneiros são os mais afetados com esse reajuste. Por conta do aumento, a demanda do transporte é reduzida, afetando o transporte em todo o Estado. É comum, nos grandes centros, caminhoneiros esperando por frete. O empresário deixa de utilizar o serviço justamente por conta do aumento do frete. 
O aumento da gasolina também impacta diretamente no preço das passagens de ônibus e avião. A região Norte possui uma das tarifas mais caras do Brasil e está tudo bem. 
Os caminhoneiros, mais uma vez, estão de parabéns pela iniciativa. Em Porto Velho, o anúncio no passado de uma mobilização geral contra o aumento do preço da gasolina ganhou grande adesão nas redes sociais, mas na prática, apenas cinco pessoas participaram da mobilização. O Brasil já mostrou que tem poder de decisão, mas muitas das vezes a população é acomodada e prefere se manifestar pelas redes sociais. 
Muitas vezes, é preciso sair da internet e ir para a prática. Era o que estava faltando para o Brasil nesse momento de crise. O parlamento também tem culpa, quando vota projetos de interesse das grandes distribuidoras de combustível. Não se pode esquecer que estamos no período eleitoral e todo o cuidado é importante para a classe política não perder voto. 
Outra mobilização importante é a que acontece na cidade de Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, por conta da mudança nas regras de transporte de produtos através de balsas. Em virtude dessa resolução da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a fronteira está fechada e sem previsão de abertura. Os prejuízos já somam mais de R$ 15 milhões e o comércio dos dois países está irredutível. Ao que parece, o gigante está acordando. 

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