22 de novembro de 2017

Fim da blindagem ao trio do PMDB

O Rio de Janeiro escreve hoje uma das piores histórias da política do Estado com prisões envolvendo a alta cúpula de políticos. A decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) 2ª Região de manter, por unanimidade, o retorno da prisão dos deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB do Rio de Janeiro, coloca o parlamento em situação bem delicada perante a sociedade carioca. 
É o segundo pedido de prisão feito pelo TRF em menos de uma semana. Na sexta-feira passada, a Assembleia realizou uma sessão extroardinária à portas fechadas e decidiu ordenar a libertação dos três parlamentares, sem sequer comunicar à Justiça da decisão.  
Ao que parece, os deputados do Rio se esqueceram que no próximo ano haverá nova eleição para a escolha dos novos integrantes do parlamento e boa parte deles pretende concorrer à reeleição. Os deputados, ao tomarem uma atitude dessa natureza, parecem não se preocupar muito com o pensamento da população e muito menos na imagem do parlamento. 
Importante lembrar que o Estado enfrenta um dos piores momentos na política. O ex-governador Sérgio Cabral completou na semana passada um ano de prisão. O peemedebista foi preso no dia 17 de novembro 2016 acusado de receber propina para fechar contratos públicos. Ele é alvo de uma operação que apura desvios em obras do governo Estadual. O prejuízo era estimado em mais de R$ 220 milhões, mas novas denúncias surgiram contra Cabral, inclusive com ato de nepotismo cruzado com a Assembleia do Rio de Janeiro.
Nos últimos meses o Rio passou a ocupar as páginas policiais e as últimas decisões poderiam influenciar outras assembleias legislativas, onde parlamentares e ex-parlamentares estão presos (inclusive em Rondônia, que já passou por situação bem parecida, quando parlamentares tentaram extorquir o governo em troca de apoio parlamentar na Assembleia). O estado do Rio já recebeu ajuda do Governo Federal para intervenção e o momento requer muita preocupação com um novo pedido de intervenção da União.
Com as últimas decisões, a Assembleia Legislativa atrai para si a atenção do Poder Judiciário que pode, a qualquer momento, pedir a intervenção federal. Os deputados estaduais foram eleitos para legislar e parecem não ter competência de decisão sobre o pedido de soltura. Os deputados são acusados de lavagem de dinheiro, crime de corrupção, associação criminosa e evasão de divisas. 

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