8 de novembro de 2017

As péssimas condições das rodovias federais

A falta de sinalização na BR-364 ainda é um problema grave para os milhares de motoristas que trafegam diariamente na rodovia federal em Rondônia. Como acontece todos os anos, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulga um balanço das condições das rodovias do Brasil e os números apontam a necessidade de mais investimentos na melhoria da pavimentação e na sinalização. 
Segundo a CNT, a sinalização ainda é um problema sério na vida dos usuários da rodovia. De acordo com a pesquisa 2017, dos 1.840 quilômetros de estradas federais avaliadas em território rondoniense, 280 quilômetros necessitam de urgência de investimentos. 
A falta de sinalização causa problemas até para a Polícia Rodoviária Federal. Em recente audiência pública na Assembleia Legislativa de Rondônia para discutir sobre os índices de acidentes na BR-364 (só em 2015 foram mais de 110 mortes), a Polícia Rodoviária Federal informou que a pior coisa para um patrulheiro rodoviário é uma BR em péssimas condições, pois se passa mais tempo trabalhando na assistência do que patrulhando a rodovia.
Neste ano, a pesquisa constatou uma queda na qualidade do estado geral das rodovias pesquisadas. A classificação regular, ruim ou péssima atingiu 61,8%, enquanto em 2016 esse índice era de 58,2%, conforme apontou boletim da CNT. Em 2017, 38,2% das rodovias foram consideradas em bom ou ótimo estado, enquanto um ano atrás esse percentual era de 41,8%.
As rodovias da região Norte sempre foram as mais prejudicadas em função do pouco investimento do Governo Federal. O Ministério dos Transportes reduziu o volume de investimentos nas rodovias e isso tem gerado prejuízos ao Brasil. A alternativa encontrada pelo governo é a privatização das rodovias. 
Tramita no Congresso Nacional a proposta orçamentária para o ano que vem e os números não são diferentes em relação ao orçamento de 2016. Ainda existe grande possibilidade do orçamento do próximo ano sofrer redução pelo Governo Federal. 
Além dos cortes de recursos no orçamento, o pouco que resta para melhoria da malha viária é alvo de desvio. Na semana passada, a Polícia Federal deflagrou no Acre a operação “Buracos”. Os policiais federais descobriram que em apenas duas contas bancárias os suspeitos movimentaram R$ 20 milhões, sendo R$ 10 milhões em cada. Segundo agentes, essa era a prática dos suspeitos de desviar um total de R$ 700 milhões que seriam utilizados para a recuperação das rodovias federais que cortam e o Acre e, ainda, de ramais utilizados principalmente por produtores rurais quem vivem muitas vezes do comércio daquilo que planta e colhe.

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