13 de outubro de 2017

A segurança da fronteira na pauta dos governadores

Os governos de Rondônia e Acre estão preocupados com um problema já alertado pelo Diário por diversas vezes neste espaço: a fragilidade da segurança na região de fronteira. A falta de fiscalização tem contribuindo para o avanço do tráfico de droga, contrabando e entrada de armamento pesado, além de servir como rota internacional dos traficantes.  
Esta semana, os governadores Tião Viana (AC) e Confúcio Moura (RO) estiveram reunidos com o presidente Michel Temer, ocasião em que convidaram o peemedebista para uma reunião em Rio Branco com todos os governadores da região Central. Os dois falaram, em conversa rápida no Palácio do Planalto, sobre os problemas produzidos nos dois Estados em decorrência da ausência do Governo Federal nas regiões. 
Traficantes sempre aproveitaram a ausência da fiscalização rotineira para avançar no importante comércio de drogas. Todos são conhecedores que é obrigação do Governo Federal manter a segurança nas áreas de fronteira, mas o Estado não conseguiu avançar nos últimos anos em planos estratégicos e fechar a porteira.
Se falou muito em manter a segurança com o apoio do Exército, mas essa proposta dificilmente saiu do papel nos últimos meses. Rondônia faz fronteira com a Bolívia e também se tornou uma grande rota importante dos traficantes. O Acre também oferece oportunidade para quem pretende ingressar no mundo do tráfico devido a falta de fiscalização. Traficantes bolivianos e brasileiros utilizam a rota acriana e circulam livremente em território rondoniense transportando produtos ilícitos.  
Executar operações em área de fronteira requer um planejamento estratégico e utilização de toda a tecnologia fornecida pelo Estado e União para combater os inimigos da Justiça. Além do tráfico de droga e de armamento moderno, a fronteira serve como saída e entrada principal para a prática da biopirataria. Esse tipo de ação criminosa gera prejuízos pesados de mais de R$ 2 bilhões aos cofres da União, conforme apontou um estudo realizado pelo Tribunal de Contas da União na região de Manaus (AM). 
Na chamada Amazônia Legal, ainda atuam dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que não aceitaram o acordo de paz com o governo do País, além de um efetivo de 400 guerrilheiros do grupo peruano Sendero Luminoso. No ano passado, o diálogo entre o governo colombiano e as Farc se intensificou e, após um acordo que não foi aceito pela população colombiana, as partes firmaram um novo acordo em novembro.
Rondônia realizou em 2016 uma força-tarefa das polícias Civil e  Militar, quando fiscalizou mais de 2 mil pessoas em apenas dois dias de operação. O resultado do trabalho foi bastante positivo, mas o Estado não consegue desenvolver essas operações sem apoio do Governo Federal. Talvez a ajuda do Exército possa refrescar o clima quente de insegurança nas fronteiras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário