5 de setembro de 2017

A criminalidade avança e assusta a sociedade

O primeiro domingo do mês de setembro foi marcado por quatro homicídios em menos de 24 horas em Porto Velho, ou seja, a cada 6 horas uma pessoa foi executada a tiros e facadas. As mortes aconteceram dois dias após a capital rondoniense sediar o encontro de Inteligência Compartilhada e Tecnologia, da 6ª edição do Encontro Pacto Integrador de Segurança Pública Interestadual, evento que reuniu secretários de segurança da região Norte.
Os números do início da semana também indicam que o município de Porto Velho caminha a passos largos com o objetivo de liderar, infelizmente, o topo do ranking de homicídios mapeado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Importante o leitor saber que na última pesquisa realizada pelo Ipea, Rondônia registrou queda (-14,1%) da taxa de homicídios. Naquele ano de 2015, três Estados do Norte apresentaram aumento de 100% no número de homicídios. O Amazonas teve o maior aumento, totalizando 134,4%, seguido por Acre 101,7% e Pará 126,5%.
Dos quatro homicídios ocorridos no domingo em Porto Velho, apenas um – onde o motorista teria sido esfaqueado por um funcionário que trabalha na balsa que faz a travessia do rio Madeira, em Abunã - pode ser solucionado com maior rapidez pela Polícia Civil. Nos demais casos do domingo sangrento, a responsabilidade será da Polícia Civil de investigar e saber o motivo das mortes.
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) deve ficar bem atento nessa taxa de crescimento de mortes em Rondônia. Um balanço feito em 2011 revelou a tramitação nas delegacias do Estado de exatamente 1.991 inquéritos policiais não solucionados. São casos relativos a homicídios não solucionados pela polícia com base em inquéritos abertos nas delegacias até dezembro de 2010.
De acordo com o CNPM, naquele ano existiam 158.319 homicídios sem solução no Brasil. O Rio liderava o Estado com o maior número de homicídios não solucionados: 8.526. Não há notícias sobre uma pesquisa recente do CNMP, mas é bem possível que se aproxime de 300 mil. A crise econômica, a redução de recursos de investimentos na segurança podem ter sido um dos fatores justificados no crescimento da taxa de mortes.
A união das forças de segurança é a única aposta da sociedade no combate à criminalidade. Algumas delegacias ainda carecem de servidores para dar maior agilidade às investigações dos homicídios. A integração das polícias, principalmente nos Estados de fronteira com a Bolívia, é outra ação que precisa acontecer com maior frequência. O Ministério Público pode ser um grande parceiro desse pacto no combate à violência.

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