29 de maio de 2017

Um ano de crise no governo

O jornal “Folha de São Paulo” divulgou em março do ano passado gravações realizadas entre o então ministro licenciado do Planejamento, senador Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, onde o peemedebista de Roraima sugere com o novo governo de Michel Temer, um pacto para estancar a “sangria da operação Lava Jato”. Iniciava na época o começo do sepultamento do governo Temer. 
Tratava-se da primeira crise, em menos de duas semanas na condução do Brasil e tratava-se da primeira de uma série de problemas que abalaria ainda mais a crise política na gestão do PMDB. O vazamento das gravações já ameaçava o governo do peemedebista. Era é um sinal forte de que a operação Lava Jato não daria trégua.
O episódio ocorrido com o ex-senador petista cassado Delcídio Amaral (MS), na época preso e acusado de interferir nas investigações da operação federal, se transformava na primeira pedra no sapato do Palácio do Planalto. Delcídio, em delação premiada, acusou Romero Jucá de receber propina de empresas responsáveis pela construção das obras de Belo Monte, no Pará. Ao sair da cadeia e retornar para o Senado, o ex-petista foi alvo do Conselho de Ética, que sugeriu sua cassação por quebra de decoro parlamentar. 
A crise política começa então a ganhar volume contra a gestão do PMDB e demonstrava sinal claro de que estaria bem longe de acabar. Muitos brasileiros apostavam no governo de Michel Temer, mas esse otimismo sempre foi contestado por rondonienses entrevistados no ano passado pelo Diário.
As nomeações de pessoas ligadas ao ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (RJ), hoje preso, complicaram o governo Temer e se questionavam no meio político o porquê muitos políticos têm bastante interesse em abafar a operação Lava Jato? Era possível surgir novos escândalos de corrupção? 
A deflagração de novas operações federais, desdobramento da Lava Jato, aproximava a gestão Temer para o futuro marcado por incerteza. O trabalho de investigação da Polícia Federal e Ministério Público Federal é motivo de elogios e merece reconhecimento da população. Os órgãos de fiscalização e controle fizeram sua parte e graças às operações, a sangria aos cofres públicos – mesmo em pleno vapor a operação Lava Jato – foi estancada. 
Vários pedidos de impeachment contra a gestão Temer estão tramitando na Casa. Compete agora à Câmara Federal colocar um ponto final nessa triste página da história política do Brasil. 

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