30 de maio de 2017

A blindagem ao deputado da mala de dinheiro

O presidente Michel Temer (PMDB) aproveitou o final de semana para fazer mais um ajuste no governo, demonstrando nesse ato momento sinais de total fraqueza e desespero. Exonerou o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, e nomeou Torquato Jardim no lugar. Serraglio assumiu o Ministério da Transparência. A mudança é necessária e visa garantir ao deputado afastado Rocha Loures (PMDB-PR) o foro privilegiado.
Temer resolveu manter Osmar Serraglio como ministro e garantir o foro privilegiado ao colega de partido Rocha Loures. Serraglio é deputado federal e foi eleito pelo PMDB. Seu suplente é Loures. Para refrescar a memória do leitor, Loures é amigo próximo ao presidente Michel Temer e foi flagrado recebendo uma mala de dinheiro, fruto de propina paga pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, controlado do frigorífico da JBS.
Essa “acomodação política” acontece sem qualquer tipo de constrangimento por parte do Palácio do Planalto. Ao que parece, o deputado Rocha Loures pode ser um calo no sapato do presidente Michel Temer. O parlamentar é homem de confiança de Temer, também gravado pelo dono da JBS. Em gravação em poder do Ministério Público Federal (MPF), Temer pede para Joesley procurar conversar com o Loures, uma espécie de interlocutor do governo.
Rocha Loures seria uma espécie de Eduardo Cunha (PMDB) solto. Pode oferecer sérios problemas para o presidente Temer, caso decida abrir a boca. O foro privilegiado seria uma espécie de “blindagem”. Como se fosse resolver alguma coisa. A Câmara Federal mostra resistência em tomar providência com relação ao parlamentar. Estariam os deputados sendo corporativistas nesse momento de forte crise no governo? 
A semana promete em Brasília e a tendência é a crise se agravar ainda mais.  Partiu da bancada do PMDB na Câmara o pedido para que Serraglio fosse transferido para a pasta da Transparência. É esse ministério que faz os acordos de leniência com empresas investigadas pela Lava Jato. Esse tipo de acordo beneficiaria o dono da JBS e também causaria impacto em Rondônia, onde a empresa foi alvo recentemente da fiscalização da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefin). Há informações de que as empresas estariam com problemas para ser sanados com o governo Estadual e, um eventual acordo de leniência comprometeria o Estado de receber esses recursos. 

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