16 de dezembro de 2016

Escoamento de grãos encalhado

Os números da exportação e importação ainda não fecharam oficialmente, mas a seca histórica do rio Madeira terá um impacto importante na economia do Estado de Rondônia. É o que revela uma prévia do movimento de cargas na sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (Soph), o porto público que fica localizado às margens do rio Madeira, em Porto Velho.
É através desse terminal portuário que é escoada, através da hidrovia do rio Madeira, parte da produção de soja procedente do Sul de Rondônia e da região do Mato Grosso (MT). Também pelo porto público desembarca material importado utilizado no processo de montagem das usinas do rio Madeira.
A queda nos números pode ter dois fatores importantes: o primeiro é a seca histórica do rio Madeira, o que reduziu o volume de cargas transportadas por meio de barcaças; o segundo, a baixa produção de grãos na região do Mato Grosso atrelada com a redução do volume de chuva na região do Estado vizinho.
O município de Porto Velho foi o primeiro a sentir o efeito da estiagem e a seca histórica do Madeira. Um balanço prévio da Secretaria Municipal de Fazenda revela um prejuízo de R$ 50 milhões aos cofres do município, dinheiro que fará falta no Orçamento 2017. No mês de outubro, por exemplo, não houve movimentação de cargas no porto público. No ano passado, nesse mesmo período do ano, foram contabilizados nos registros da Soph 180 toneladas de mercadorias - somando embarque e desembarque.
Esse prejuízo financeiro ao município de Porto Velho e as empresas que trabalham com a produção de grãos pode ser depositado na burocracia brasileira. A dragagem do rio Madeira, serviço que permitirá a retirada de arreia no leito do rio, tem forte relevância econômica aos cofres do município e do Estado.
O prejuízo econômico poderia ter sido evitado, caso o serviço de dragagem do rio estivesse consolidado no mês de setembro, período ideal para a execução da obra. Ocorre que devido as questões burocráticas, o processo licitatório teve desfecho somente no segundo semestre deste ano prolongando os serviços de dragagem para setembro de 2017. Até lá, com certeza, o nível do Madeira estará favorecendo o transporte de grãos por meio de barcaças até o porto de Itacoatiara (AM), mas o prejuízo econômico dificilmente será recuperado no próximo ano.

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