24 de maio de 2016

A primeira crise de Michel Temer

O jornal “Folha de São Paulo” divulgou gravações realizadas em março entre o ministro licenciado do Planejamento, senador Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, onde o peemedebista de Roraima sugere com o novo governo de Michel Temer, um pacto para estancar a “sangria da operação Lava Jato”. Jucá também é alvo da operação federal juntamente com outros peemedebistas.
Trata-se da primeira crise, em menos de duas semanas de governo, que o presidente interino Michel Temer terá de administrar esta semana. O vazamento das gravações é um sinal forte de que a operação Lava Jato não terá trégua e faz resgatar o mesmo episódio ocorrido com o ex-senador petista cassado Delcídio Amaral (MS), preso acusado de interferir nas investigações da operação federal.
Delcídio, em delação premiada, acusou Romero Jucá de receber propina de empresas responsáveis pela construção das obras de Belo Monte, no Pará. Ao sair da cadeia e retornar para o Senado, o ex-petista foi alvo do Conselho de Ética, que sugeriu sua cassação por quebra de decoro parlamentar.
Tudo indica que a crise política estará bem longe de acabar e o tempo deverá ficar nublado nas próximas semanas. Muitos apostavam no governo interino de Michel Temer, mas esse otimismo sempre foi contestado por rondonienses entrevistados no mês passado pelo Diário. A mudança de governo por um prazo de 180 dias, segundo os rondonienses, não mudará muito o cenário econômico e levará bastante tempo para o Brasil retomar o caminho do crescimento.
O governo interino de Michel Temer ainda poderá sofrer baixas pesadas nas próximas semanas por conta de nomeações de pessoas ligadas ao presidente afastado da Câmara Federal, Eduardo Cunha (RJ). Por que muitos políticos têm bastante interesse em abafar a operação Lava Jato? É possível surgir novos escândalos de corrupção? A cada deflagração de uma nova fase da operação, surgem novos desdobramentos e escândalos atingindo o alto escalão do Brasil. A operação Lava Jato, de fato, vai ficar registrada na memória da população brasileira e poderá passar o Brasil a limpo.

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