5 de abril de 2016

As mortes na BR-364 e a privatização da rodovia

Somente no mês passado, mais de seis pessoas morreram em apenas uma semana vítimas de acidentes graves na BR-364 e outras 20 ficaram gravemente feridas. O aumento de vítimas fatais voltou a preocupar a bancada federal de Rondônia no Congresso, e despertou a necessidade da implementação de novas alternativas que visam amenizar o sofrimento de futuras famílias.
Trafegar hoje pelos mais mil quilômetros da “rodovia da morte”, como ficou conhecida a BR-364, se tornou uma missão difícil, cansativa e cercada de surpresa. O motorista não tem a certeza se chegará de fato ao seu verdadeiro destino. Se estiver chovendo, o risco de uma colisão frontal é bem maior.
Os serviços paliativos que ocorrem na rodovia federal nessa época do ano estão bem longe de proporcionar algum tipo de segurança na malha viária. A chuva que cai na região contribui no agravamento ainda mais das condições do asfalto e todo o serviço executado pelo Ministério dos Transportes acaba sendo tragado pela força da chuva.
A BR-364 está no Plano de Concessões de Rodovia, um programa do Governo Federal que prevê a privatização de 10 rodovias federais nessa primeira etapa. Os estudos de viabilidade técnica foram autorizados pelo Ministério dos Transportes no ano passado, mas até o momento não saiu do papel.
Uma portaria publicada no início do ano pelo Ministério dos Transportes prorrogou o prazo para o próximo dia 25 de abril. É esperado, até lá, que o estudo esteja concluído. O segundo passo é a realização de audiências públicas em torno da discussão do tema.
Outros planos de concessões já estão em fase bastante adiantada na região dos estados do Mato Grosso e Goiás. A ideia do governo é privatizar também a BR-364 no trecho de Jataí (GO) até Rondonópolis (MT). Esse trecho, assim como a BR em território rondoniense, é importante no processo de escoamento de grãos para escoar a produção do Centro-Oeste para portos dos Arcos Norte e Sul.
É esperada com as privatizações, no mínimo, uma acentuada desaceleração no ranking de mortes na rodovia. Algo precisa ser feito com urgência. 

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