29 de março de 2016

O caos na BR-364, a rodovia da morte

O número elevado de mortes no último final de semana na BR-364, na rodovia federal que corta Rondônia de Norte a Sul, mostra a necessidade urgente da duplicação da pista em lugares críticos. O balanço divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) contabilizou seis mortes durante o feriado prolongado da Semana Santa e os pontos mais críticos já são de conhecimento da população e das autoridades.
A situação da rodovia é precária e, a cada dia se torna mais arriscado transitar pela estrada e disputar a pista com centenas de carretas que circulam diariamente transportando soja do Mato Grosso até o Porto Graneleiro de Porto Velho. São mais de mil quilômetros de pista e 200 quilômetros de trechos arriscados.
Um estudo divulgado este ano pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostrou que na rodovia federal existe apenas 90 quilômetros em situação irregular. A pesquisa foi feita no ano passado, mas a situação da estrada está bem mais precária. Rondônia é um Estado onde o volume de chuva nessa época do ano é intenso, complicando o tempo de vida do asfalto.
No ano passado, a equipe do Diário percorreu mais de 800 quilômetros da BR-364 e o cenário é de caos. Entre os trechos mais críticos estão a região de Ariquemes, passando por Jaru, Ouro Preto do Oeste até Ji-Paraná. São mais ou menos 200 quilômetros de serras, subidas e descidas, penhascos, curvas fechadas, pista estreita, sem sinalização, asfalto esburacado, faltando área de escapamento.
De Presidente Médici até o município de Cacoal a situação é mais precária. Inúmeros buracos se formaram no recente recapeamento que foi feito pela empresa contratada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) para executar o serviço.
Com os cortes de mais de R$ 20 milhões anunciados no Orçamento Geral da União, está cada vez mais distante o sonho de ver a BR duplicada. A medida econômica adotada pelos ministérios do Planejamento e Fazenda vão impactar diretamente o orçamento do Ministério dos Transportes. Enquanto isso, a população de Rondônia e as autoridades testemunharão uma matança sangrenta diária que está cada vez mais longe de chegar ao fim.

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