22 de fevereiro de 2016

Sem opção e com preço da passagem salgado

A decisão da Azul Linhas Aéreas de encerrar suas atividades no estado do Acre foi um tiro um pé na economia da região Norte. Alegando problemas de ordem econômica, a medida faz parte do plano de redução de despesas da empresa e este ano pretende reduzir em 7% o número de decolagens em todo o território nacional.
A empresa possuía uma aeronave fazendo o trecho Porto Velho (RO) Rio Branco (AC) e a decisão vai ocasionar a redução da oferta de vagas em outras companhias aéreas a partir deste ano. Porto Velho também teve a oferta de voos este ano alterada. A TAM e a Gol reduziram o volume de decolagem na capital de Rondônia, medida essa que ocasionou aumento das passagens.
A falta de oferta de voos e o preço salgado das passagens aéreas foram objetos de audiência pública realizada ano passado na Câmara dos Deputados. Naquela ocasião, os representantes dessas empresas justificaram a falta de demanda de passageiros na região e o alto custo do ICMS do combustível utilizado nas aeronaves.
Os governos dessas regiões nunca se negaram em sentar na mesa com os empresários e discutir alternativas que visam atender à demanda da região. Ao que parece, as decisões das empresas em suspender os voos são tomadas bem longe dos Estados. A redução de voos representa um prejuízo na economia dos Estados, além de afastar outros investidores.
O Congresso analisou a Medida Provisória 652/14, que criava o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional (PDAR), para subsidiar as operações de empresas aéreas em aeroportos com até 1 milhão de passageiros por ano.
O subsídio incluía tarifas aeroportuárias e parte dos custos das companhias, mas dependia de regulamentação por parte da Secretaria de Aviação Civil (SAC). A intenção era favorecer ainda mais a região Norte, onde o transporte depende de aviões. Ocorre que a MP perdeu sua eficácia. É necessário uma mobilização forte da classe empresarial e dos governos de Rondônia e Acre, no sentido de retomar a discussão e abrir novos caminhos para suprir essa demanda na região.

Nenhum comentário:

Postar um comentário