25 de julho de 2015

Os aeroportos foram esquecidos

Com os cortes no Orçamento da União anunciados essa semana pelas equipes do Ministério da Fazenda e Planejamento, está cada vez mais longe de se tornar uma realidade a integração da Amazônia com voos regionais. O governo federal preservou no orçamento deste ano apenas investimentos no setor de ferrovias, portos, rodovias e setor elétrico.
Com a construção da usina de Belo Monte, no Pará, a demanda de voos regionais de Rondônia com destino ao Amazonas e interior paraense sofreu um aumento considerado de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anaac). São operários, empresários e turistas que utilizam esses voos regionais todas as semanas.
Ocorre que as empresas aéreas que fazem essa rota necessitam também de uma contrapartida dos governos como a redução de impostos e ICMS. Muitas delas, quando perdem esse benefício, acionam o piloto automático e deixam de fazer determinadas rotas. Quem perde com isso é a população.
Outro problema maior é a falta de infraestrutura de alguns aeroportos em cidades de pequeno porte na Amazônia. Algumas empresas deixam de utilizar as aeronaves modelo ATR 42 por falta de infraestrutura dos aeroportos para receberem os novos modelos do avião.  A Secretaria de Aviação Civil (SAC) já informou que não tem previsão para fazer os ajustes necessários.
Pelo menos 7 cidades de Rondônia entraram no plano de reforma e ampliação de aeroportos, incluindo de Guajará-Mirim, na fronteira do estado com a Bolívia. Esse aeroporto tem importância fundamental na economia da fronteira. No período da enchente histórica no município, equipes médicas da Defesa Civil tiveram de utilizar aeroportos localizados em fazendas na região para levar medicamento às famílias isoladas.
As cidades de Porto Velho, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena, no sul de Rondônia, contam com aeroportos estruturados e outros estão passando por reforma, mas esse processo é lento e necessita de uma contrapartida urgente do governo federal. O gerente regional de aeroportos da Map Linhas Áreas, Marconi Chagas, tem razão quando fala que há muito tempo se fala nesse Programa de Aviação Regional, mas até hoje não se percebe resultado.

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