4 de maio de 2015

Ferrovia não é mais prioridade

A Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), ligando os municípios de Lucas do Rio Verde (MT) até a cidade de Cruzeiro do Sul (AC), passando por cidades de Rondônia, deixou de ser prioridade este ano do Governo Federal. No ano passado, aconteceu a mesma interrupção do estudo e talvez ano que vem, esse projeto de interligar Rondônia por meio de malha ferroviária permaneça no mesmo lugar. 
A Fico é uma obra importante e estratégica para Rondônia. O transporte de grãos por meio de ferrovia é mais econômico, ágil e, se sair do papel, vai ajudar a reduzir o volume de carretas que trafegam pela BR-364, no trecho entre o Mato Grosso e Acre. Estrategicamente, é uma obra importante ao Brasil na exportação de grãos por meio da hidrovia do rio Madeira. 
A construção de ferrovia depende do orçamento do Ministério dos Transportes, apesar do Governo Federal ter criado um órgão responsável pela fiscalização dos serviços. Na semana passada, o ministro do Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, esteve na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal prestando esclarecimento sobre os investimentos na pasta. Rodrigues foi pragmático com os senadores e disse que não tem recurso suficiente para tocar obras importantes em todas as regiões. 
A crise instalada no Brasil comprometeu diversos projetos. A interrupção das obras ocorreu em meio ao impacto do ajuste fiscal promovido pelo governo. A demora na aprovação do Orçamento Geral da União de 2015 e consequências da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Algumas empresas que executavam esses projetos tiveram orçamentos contingenciado por conta das operações.
O Ministério dos Transportes aguarda os recursos previstos para 2015. São necessários para poder dar continuidade às obras R$ 13,6 bilhões, sendo R$ 5,8 (bilhões) para manutenção, R$ 3,9 (bilhões) para construção, R$ 2,2 (bilhões) para o ferroviário, R$ 0,1 (bilhão) para o aquaviário e os outros, que são concessões, estudos, projetos em rodovias, R$ 1,6 bi.  Hoje o projeto da ferrovia depende mais do Ministério da Fazenda que dos Transportes. A Fico, se for transferida para a iniciativa privada, corre o risco de sair do projeto mais rápido.

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