10 de dezembro de 2014

Estudos preveem crescimento da economia em Rondônia


Usina de Santo Antônio em fase de conclusão: Foto: Roni
Um relatório publicado pelo Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Banco Itaú, no mês de novembro, apresenta um diagnóstico de crescimento médio real da economia de Rondônia de 1,8% ao ano, até 2020. Os elaboradores desta pesquisa afirmam que nos próximos anos a economia estadual deverá receber em torno de R$ 2 bilhões em investimentos privados, com destaque para o setor de energia elétrica que será o responsável por 87% desse valor. 

A economista Paula Yamaguti considera que esse índice coloca o Estado em posição confortável, em relação à média nacional. “Analisamos as vendas em varejo e outros setores e chegamos a esta previsão. Porém, os estudos apontam que é necessário maior investimento em infraestrutura e educação”, assegura.

Rondônia atualmente ocupa a 21ª colocação nacional em termos de Produto Interno Bruto (PIB), representando em média 0,6% do total do Brasil. A composição do PIB do Estado difere da nacional por ter maior participação do setor agropecuário em detrimento da indústria. No relatório os economistas fazem uma previsão de que este ano o PIB de Rondônia será de R$ 32,7 bilhões e que a participação a nível nacional fique em torno de 0,7%.

MAIS CRÉDITO PARA A ECONOMIA LOCAL 
Para 2020, a expectativa é de que o PIB do Estado chegue a R$ 51,1 bilhões. Além disso, o rendimento médio é inferior à média nacional; mas, em termos de distribuição de renda é menos desigual do que a média da região Norte e do que a média do Brasil. Yamaguti explica que essa conclusão está baseada no Índice Gini, referente a 2013, “e quanto mais perto de zero menor será a desigualdade econômica da população”. Rondônia apresenta um índice de 0,451; ou seja, melhor do que o alcançado pela região Norte que é de 0,484 e do país que é de 0,501.
A economista alega que um dos pontos positivos a ser destacado no relatório é quanto à questão da inadimplência. Ela informa que a composição do crédito no Estado é diferente da observada em todo o país, com a carteira de crédito de Pessoa Física duas vezes maior do que a de Pessoa Jurídica, detendo o segundo maior crescimento do saldo de crédito e também a segunda menor inadimplência da região Norte. “Isso aponta uma maior capacidade de consumo da população e atrai, com certeza, mais crédito para aquecer a economia local”, diz Yamaguti.


SETORES QUE AQUECEM A ECONOMIA 
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contribuem com as análises registradas no relatório macroeconômico e indicam que o setor de serviços é o mais importante, tendo um crescimento médio anual da receita bruta de 14%, impulsionado principalmente pelas atividades imobiliárias, que cresceram 94,5%; pelos serviços prestados às empresas (35,4%) e pelos serviços prestados às famílias (20,6%). No que se refere ao número de empresas, pessoal ocupado e salários, a participação de Rondônia no Norte do país é de 11,6%, 8,8% e 8,1%, respectivamente. Enquanto que nacionalmente, a participação rondoniense fica abaixo de 0,5% nos três indicadores. Esse dado é consistente com o tamanho de população rondoniense.

AGROPECUÁRIA EM DESTAQUE
Ainda de acordo com o relatório, o volume de vendas no varejo vem crescendo a uma taxa superior à do Brasil desde o início de 2014. No acumulado do ano até agosto, o crescimento do comércio varejista em Rondônia foi de 15,3%, ante um aumento de 9,4% no País. Considerando-se os dados do varejo restrito, que exclui automóveis e material de construção, o crescimento do Estado foi de 9%, significando um valor superior ao do país de 3%, para o mesmo período pesquisado. Na agropecuária, o Estado se destaca na plantação de soja e na criação de gado bovino, influenciados pelo clima favorável. A produção agrícola é pouco representativa se comparada à nacional. Mas, em 2012, o valor produzido no Estado foi de R$ 1,8 bilhão; isto representa 0,9% do total produzido no País. Em termos de valor da produção o destaque fica para a soja, com R$ 593,3 milhões, cerca de 30% do total.

REGIÕES ONDE HÁ MAIOR CONCENTRAÇÃO DO PIB

Untitled-2 copyNas análises dos economistas foi considerado o fato de que Madeira-Guaporé é a menor região em população e em extensão territorial, mas é onde está a Capital e onde também se concentram 85% dos investimentos privados previstos para o Estado, principalmente por causa das usinas hidrelétricas. Esta região apresenta a maior renda per capita do Estado e a maior média de crescimento real do PIB nos últimos cinco anos. Outros dados da pesquisa indicam que o Leste rondoniense é a região mais populosa de Rondônia e a com maior extensão territorial. Apesar de possuir uma renda média menor que a mesorregião do Madeira-Guaporé é a que possui maior participação no PIB do Estado. Essa região abriga as cinco cidades com os maiores PIB per capita de Rondônia. É onde se concentram 75% de todo o rebanho bovino do Estado e 99,5% da área produtora de soja, principal atividade agrícola da economia estadual.

BALANÇA DO COMÉRCIO EXTERIOR É SUPERAVITÁRIA 

A balança de comércio exterior de Rondônia é, historicamente, superavitária. No acumulado do ano até setembro, o Estado possui um superávit de US$ 388,6 milhões, impulsionado pela exportação de produtos básicos que representa 85,9% do total. O principal produto exportado é a carne bovina, respondendo em média por 51,2% das exportações. O principal comprador de nossos produtos é a Venezuela, sendo que, em 2013, os principais produtos exportados para o país foram carnes, miudezas e comestíveis. Entre as importações, o destaque é a participação dos produtos manufaturados, representando 93,6% do total. O principal país de origem das importações é a China, com 45,2% do total, sendo que, em 2013, o principal produto importado do país foram os bens de capital industrial. (EDILENE SANTIAGO - DA)



Nenhum comentário:

Postar um comentário