16 de maio de 2014

Loteamento da Urbplan é tomado pelo lixo em Porto Velho

Um loteamento denominado de Portal Novo Horizonte localizado no final das avenidas Mamoré com a Imigrantes, Zona Leste, em Porto Velho está tomado pelo lixo, apurou ontem a reportagem do Diário. Moradores que residem no entorno do local aproveitam o falta da fiscalização e estão jogando na área lixo, sofás, geladeiras e material de expediente de escritórios.
O descaso foi registrado ontem no setor de Código de Postura do Município, da Secretaria Municipal de Serviços Básico (Semusb). O órgão municipal disse que a empresa será notificada. “Por se tratar de um loteamento, a área está dentro do município de Porto Velo e compete ao poder público fazer a fiscalização e multar a empresa responsável”, disse Weligton Mendes, do setor de fiscalização da Semusb.

Ele explicou que fiscais estarão visitando a área para acompanhar a situação. “Vamos identificar quem são os proprietários e notificar a empresa.” No mês passado, a Semusb publicou edital notificando mais de 100 proprietários de imóveis que estão abandonados na cidade. A medida atende o novo código de postura do município.

O Diário apurou que o loteamento pertence a empresa Urbplan (antiga Scopel) e foi lançado em Porto Velho no dia 21 de agosto de 2011. Em contato por telefone através do número 0800.772 - 3080, a empresa informou que engenheiros estão no local e fazem o acompanhamento do andamento das obras no local.
A Urbplan informou que está em processo de negociação com as empreiteiras responsáveis pela conclusão dos serviços de terraplanagem, drenagem, rede de água e esgoto. A empresa informou ainda que a previsão de conclusão das obras é no mês de junho de 2016. “Pode ser que esse prazo seja antecipado”, informou Gabriela, do setor de atendimento. O segundo passo é entrega aos proprietários do Termo de Verificação de Obras. “Após a entrega desse termo, os proprietários dos lotes poderão iniciar as obras”, informou.

Prejuízo de R$ 80 milhões

A reportagem apurou que a empresa Scopel passou por processo de mudança. De acordo com matéria publicada na Revista Exame em abril do ano passado, em 2006 o fundo de private equity Carlyle comprou 60% da empresa por estimados 80 milhões de dólares.
Com o dinheiro, segundo a reportagem, a empresa criada pela família Scopel expandiu de 3.000 para 8.000 o número de terrenos vendidos por ano. No final de 2012, a companhia identificou um prejuízo de R$ 80 milhões em obras que custaram mais caro que o previsto ou que não foram vendidas pelo preço pretendidos.

Ainda de acordo com a revista Exame, os dois irmãos Scopel, que estavam a frente da gestão, pediram ajuda ao Carlyle, que, por sua vez, disse que só colocaria dinheiro se a família deixasse o comando da operação.
No caso do Portal Novo Horizonte, em Porto Velho, os proprietários ameaçam entrar com uma ação na Justiça. “Fiz a compra de um imóvel no local em 2011 e estou aguardando um posicionamento da empresa”, disse a empresária Claudete dos Santos, que ameaça entrar com uma denúncia no Ministério Público Estadual. Um grupo de proprietários estuda entrar com uma ação coletiva contra a empresa. “Eles deveriam pelo menos manter o local limpo. Como não tem iluminação no local, a área serve de refúgio para marginais e prática de crimes”, alertou.

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