12 de abril de 2014

Após cheia na Bolívia, Rondônia enfrenta mortandade de peixes e arraias

A mortandade de peixes e arraias no rio Guaporé, que ocorre desde o início das alagações, preocupa o prefeito do município, Francisco Gonçalves, popularmente conhecido como Chico Território. Ele aguarda o resultado de um laudo toxicológico dos peixes e arraias atingidas e relata que nem os urubus não estão comendo os animais, o que para ele pode ser um indicativo de que os animais estariam contaminados por substâncias tóxicas, provavelmente em decorrência da grande mortandade de animais ocorrida na Bolívia, onde ficam as nascentes do rio Guaporé. Com a morte dos peixes, os pescadores estão sem trabalho e aguardam a liberação do Seguro Defeso para a categoria.

Segundo Chico Território, as mortes dos pescados começou no início das alagações e não parou. “Agora começaram a morrer também os peixes de escama”, informa. O fenômeno foi comunicado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), que fez uma análise da água da região e não constatou contaminação. O Ibama (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Ambiental e Recursos Naturais Renováveis) também foi acionado e recolheu amostras dos peixe e arraias, mas aguarda o resultado de um exame toxicológico, que não é feito em Rondônia. O prefeito aguarda uma visita da Agevisa (Agência Estadual de Vigilância Sanitária) no município.

Segundo a presidente da Colônia de Pescadores Z-17, de Costa Marques, Elizete Tomicha Lobo, a entidade tem o cadastro de cerca de 170 pescadores no município e, ao todo, aproximadamente 300 pessosas vivem da atividade no local. “A pesca está intimamente ligada à cultura e à história do município e também representa um importante setor da economia de Costa Marques”, afirma o prefeito.

O rio Guaporé está com 20 centímetros a mais das médias históricas para o período e pelo menos 240 famílias  estão desalojadas. Outras 60 famílias que vivem do lado boliviano também foram atingidas pela água. A prefeitura ajuda no resgate de 56 famílias da Reserva Indígena Ricardo Franco,  que estão isoladas. Uma comunidade quilombola de Santa Fé, com aproximadamente 20 famílias, está isolada. A Defesa Civil Estadual está apoiando a retirada dos desabrigados e na distribuição de cestas básicas e água potável. A prefeitura criou o Conselho Municipal de Defesa Civil para reforçar os trabalhos assistenciais.
(ANA ARANDA/DIÁRIO DA AMAZÔNIA)

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