25 de fevereiro de 2014

Porto de Porto Velho é fechado e transporte de soja do MT fica comprometido

Transporte de soja no Madeira está comprometido
Porto Velho, Rondônia - A Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (SOPH) suspendeu a partir de hoje, às 12h, o transporte de soja pelo Porto de Porto Velho. Em plena safra, o terminal vem operando 18 mil toneladas/dia dos grãos - equivalente à carga de 418 carretas - que seguem da Capital de Rondônia para o porto de Itacoatiara, no Amazonas, e o mercado externo.

O diretor-presidente da Soph, José Ribamar da Cruz Oliveira, alega que a marca histórica de 18,48 metros, registrada ontem, ameaça a segurança no embarque das balsas, que é feito com um sistema de esteiras no cais flutuante. Já a rampa ro-ro continua operando o transporte de combustível, que foi transferido dos portos privados localizados ao longo da estrada do Belmont. As informações são do diretor administrativo financeiro da Soph, Leudo Buriti.

Em ofício enviado à Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Secretaria Especial de Portos (SEP) da Presidência da República, Casa Civil do Governo do Estado, Delegacia Fluvial, Hermasa, (empresa responsável pelo transporte de soja) e demais operadores do transporte de grãos, o diretor presidente explica que a decisão de paralisar "toda e qualquer operação portuária realizada no ponto de atracação do cais flutuante", deve-se ao grande volume de água do Madeira, que aumentou consideravelmente a força da correnteza, chegando a 9,30 nós. O rio Madeira é tido como um dos mais rápidos do mundo, sendo que a força da correnteza na época da cheia varia em torno de 5 nós.

Chuvas estão longe de parar

A cheia do rio, provocada por fortes chuvas nas cabeceiras do rio Madeira, na região dos Andes, já é maior do que a de 1997, quando o rio chegou a medir 17,55 metros, em abril daquele ano, mês correspondente ao final do período chuvoso. Já neste mês de fevereiro de 2014, o rio está 2,96 metros acima do que foi registrado em 1997, sendo que ainda há a expectativa de um mês de chuvas e os serviços meteorológicos anunciam chuvas abundantes no período. Outro agravante é o aumento da força do fenômeno dos banzeiros (sucessão de pequenas ondas formadas naturalmente ou por embarcações quando em deslocamento).

A paralisação da rampa flutuante foi decretada por tempo indeterminado, até que haja uma redução do volume de água do Madeira. A medida "visa re resguardar os princípios da operação portuária que são: regularidade, eficiência e segurança, bem como, o zelo pelo patrimônio público e da vida humana", diz o ofício assinado pelo diretor presidente da Soph.

Fertilizantes e alimentos

Além do transporte de soja, a falta de segurança de operação no cais flutuante também vai impedir o transporte de fertilizantes que chegam em Porto Velho nas balsas que retornam vazias de Itacoatiara. O transporte de cargas gerais pela rampa ro-ro foi suspensa desde o início dos registros recordes da cota do Madeira, prejudicando o transporte de alimentos e outras mercadorias destinadas a Manaus e municípios localizados ao longo do rio Madeira.


A paralisação do transporte de soja, que deverá provocar sérios prejuízos para a balança comercial do Brasil, produtores de soja do noroeste do Mato Grosso e também de Rondônia e demais integrantes da cadeia de produção do grão, poderia ser evitada se tivessem sido feitos investimentos no Porto de Porto Velho, que há mais de 25 anos opera praticamente com a mesma estrutura.  (Ana Aranda - Diário da Amazônia)

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