27 de fevereiro de 2014

Enchente já afeta a economia de Rondônia

O Porto da Cargil foi fechado por conta da cheia
A cheia no rio Madeira começa a mudar o rumo da economia de Rondônia. Por conta do volume de água que atinge o rio, várias propriedades rurais localizadas nos municípios de Nova Mamoré e Porto Velho foram tomadas pela enchente. Frigoríficos localizados na região da Ponta do Abunã, divisa de Rondônia com o Acre, suspenderam o abate de boi na semana passada.
Pecuaristas estão isolados em suas propriedades rurais. O transporte de gado nesse período é bastante complicado por conta também do inverno amazônico. A BR-364, no trecho Porto Velho-Rio Branco, está intransitável e a Polícia Rodoviária Federal, decidiu proibir o trânsito de carretas por conta do volume de água (78 cm) acima do nível da BR. Sem estradas, não existe como escoar a produção agrícola. Ainda nesse cenário de muita água, não tem como vender o gado. Com isso, o dinheiro não circula e os municípios vão perdendo receita.
Apesar de não haver registro de mortes em decorrentes da enchente em Porto Velho e Nova Mamoré, o nível do rio Madeira sobe por dia 8 cm, o que significa muito para os especialistas sobre o assunto. Para não deixar a população desabastecida com combustível, caminhoneiros resolveram optar por uma via alternativa passando pela região de União Bandeirantes. Em decorrência do grande fluxo de carretas, a viagem se tornou bastante arriscada e uma fila de mais de 50 carretas se formou nessa linha alternativa.

Nova Mamoré e Porto Velho são cidades estratégicas na pecuária e produção de leite. O município de Porto Velho, segundo revelou o último IBGE, está no ranking do sexto maior PIB agrícola do Brasil, título esse que pode ficar ameaçado em consequência da intensa cheia histórica.


A área territorial de Porto Velho é maior que o Estado de Alagoas. A população ribeirinha também tem participação importante no PIB Agrícola, principalmente na produção de milho, mandioca, melancia, banana e maracujá. A ajuda de R$ 600 mil, anunciada na terça-feira pelo Ministério da Integração, não vai mudar o cenário nebuloso da nossa economia.

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