19 de março de 2013

População pressiona Congresso e quer criação de dois municípios em Rondônia

Bispo, líder da região, discursa durante audiência pública

Extrema, Porto Velho - Os moradores dos distritos de Extrema (Porto Velho) e Tarilândia (Jaru) ameaçam interditar a BR-364, na divisa de Rondônia com o Acre, caso a Câmara Federal não se posicione sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da emancipação de municípios. O acordo foi selado durante audiência pública realizada no último domingo no distrito de Extrema.

Segundo o coordenador do Movimento Pró-Emancipação, Aparecido Bispo, “enquanto não houver instalação do município não iremos aceitar eleições por aqui e buscaremos manifestações radicais para sermos reconhecidos”.
As declarações de Bispo foram aplaudidas pelo líder indígena, Zezinho Kaxarari, que pretende engrossar o movimento para fechar a BR-364. “Pode contar com nosso apoio porque nós somos especialistas em fechar a BR”, disse. O vereador Everaldo Fogaça (PTB) defendeu a emancipação, ao constatar o abandono em que se encontra a cidade. “Uma cidade como Extrema, que possui participação expressiva no PIB do Estado, possui população superior à de alguns municípios de Rondônia, já deveria ter a outorga de sua autonomia”, disse.
Ontem, ao usar a tribuna da Câmara Federal, o deputado federal, Marcos Rogério (PDT-RO), cobrou posicionamento da Câmara. “Não podemos mais adiar sobre essa discussão. A Câmara precisa tomar um posicionamento”, cobrou o parlamentar, que é relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 93/07), que muda as regras para instituir novos municípios no Brasil.
Extrema e Tarilândia
A criação do município de Extrema de Rondônia foi aprovada durante consulta plebiscitária ocorrida em 2010, quando 170 mil eleitores votaram pelo SIM, contra 18.853. Mas até hoje a região não se transformou em município. O Ministério Público Federal (MPF) verificou irregularidades na lei estadual aprovada pela Assembleia Legislativa. E alega que municípios só podem ser criados partir de Lei Complementar Federal.

O distrito de Tarilândia foi o segundo a ser autorizado por meio de consulta plebiscitária em outubro de 2012. O distrito foi autorizado a se transformar em município graças ao eleitorado de Jaru que compareceu às urnas e aprovou o desmembramento da área.
De acordo com a apuração realizada pela Justiça Eleitoral, 26.872 eleitores votaram no SIM (66), o que representa 94,72% dos votos válidos. Já o eleitorado de Governador Jorge Teixeira, 3.815, foi contra a proposta de emancipação da localidade. Ocorre que a população eleitoral de Jaru é três vezes maior que o eleitorado de Jorge Teixeira.

O artigo 18 da Constituição Federal, em seu parágrafo 4º, diz que a “a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.” (Da Redação)

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