30 de julho de 2012

Tomás Correia assume Senado e comando do PMDB no estado


Tomas Correia é suplente de Senador

Porto Velho - Rondônia - Ex-deputado estadual, ex-prefeito de Porto Velho e ex-secretário de Obras do governo do estado, Tomás Correia foi uma das lideranças políticas mais brilhantes da década de 80 em Rondônia. Combativo, e com um discurso contundente contra a ditadura militar e o governo de Rondônia – até então os governadores eram nomeados advindos da Marinha, Exército e Aeronáutica – Correia marcou época liderando a oposição. Suplente do senador Valdir Raupp, presidente do Diretório Nacional do PMDB, Tomás assumiu a cadeira no inicio do mês, em vista do pedido de licença do titular, que está percorrendo o país em apoio aos candidatos do partido.
Com 62 anos de idade, advogado e promotor de justiça aposentado, Tomás Correia, natural do município de Granja (CE), reside em Rondônia desde 1981.
Além de galgar a cadeira ao Senado, o ex-parlamentar foi conduzido à presidência do diretório estadual do partido e vai comandar a legenda nas eleições municipais. O PMDB é a maior sigla do estado, conta com o maior número de vereadores, de prefeitos, e nas eleições de 2010 elegeu o governador Confúcio Moura, o senador mais votado (Raupp) e a deputada federal mais votada (Marinha Raupp). Nesta entrevista, o Carcará – apelido carinhoso dos amigos - fala das perspectivas do PMDB. Confira.

Diário – Como chegou a Rondônia nos anos 80? É verdade que até os 17 anos não tinha começado os estudos?
Tomás Correia – Sai do Ceará em 68. De lá, fui a Brasília trabalhar na cooperativa do Congresso. Foi meu primeiro emprego aos 18 anos. Era lavador de carros à noite na garagem do Senado. Meu sonho era ser motorista de um daqueles carros tão bonitos. Nunca tinha estudado. Inicie meus estudos tarde, quase aos 18 anos, e me formei em Direito em 1979. Desembarquei em Rondônia em 81, através de um concurso no Ministério Público.
Diário – E as eleições de 1982? Você tinha sido perseguido e “exilado” para Roraima. Conseguiu voltar e se eleger deputado estadual, como foi isto?
Tomás Correia – Como eu era promotor público atuante e membro do PMDB o governo de Rondônia forçou minha transferência para o território Federal do Amapá, onde exerci minhas funções até a data da convenção. O poder dominante queria implodir minha candidatura. Mas voltei a tempo e em 82 fui o deputado estadual mais votado do PMDB, e o segundo mais votado no Estado.
Diário – Depois de deputado, o senhor foi prefeito na capital. Como foi a experiência?
Tomás Correia – Fui prefeito, sucedendo Jerônimo Santana. Era seu vice. Encontrei uma prefeitura desestruturada, porque na época a folha do pagamento era paga pelo estado. Desde os idos de Território a prefeitura era uma mera autarquia. E me trataram assim. Mas aos poucos fomos buscando meio. Combati a especulação imobiliária, fizemos programas de assentamentos populares e construímos conjuntos habitacionais como Caiari, Guaporé, Mamoré, Jamari. Fiz o que era possível. Foi uma experiência interessante, pois antes como deputado eu era um critico, do outro lado virei vidraça.
Diário – De uns anos para cá o senhor trabalhou mais na articulação política, mas agora está novamente na linha de frente. Já sentiu o gostinho de ser senador?
Tomás Correia – É uma honra muito grande, mas o exercício deste cargo não me atrai pela honra em si, mas pela responsabilidade de representar um estado tão importante como Rondônia, que é o estado que mais cresce no país, com pessoas de todas as partes do Brasil. Quero corresponder à confiança da população, quero errar o mínimo possível para dar conta do recado. Afinal estou sucedendo hoje  um grande líder, um líder nacional, que tem uma brilhante carreira no Senado.
Diário – Qual a avaliação que o senhor faz do governo Confúcio Moura. Ele ajuda ou atrapalha os candidatos a prefeito?
Tomás Correia – Acho que ajuda. O governador  é uma um democrata, tem tido habilidade em governar o estado estabelecendo parcerias com os municípios. É um governo sério, aberto para o diálogo e o estado estava precisando disto. Temos um grande trabalho nas estradas. O pagamento em dia dos servidores está em dia e é feito no mês trabalhado. E ele tem enfrentado as greves com  diálogo e atendendo as reivindicações dentro das suas possibilidades.
Diário – No entanto a área de saúde tem sido muito criticada em Rondônia...
Tomas Correia – Apesar das criticas a saúde, eu destaco vários pontos positivos. Em primeiro lugar porque ele foi transparente mostrando a situação de casos. Em segundo lugar porque ele trabalhou no equacionamento dos problemas e já estamos sentindo uma virada. Confúcio mostra ações concretas. Recentemente inaugurou ala do Hospital de Base, desafogando o João Paulo II. Temos já funcionando um novo hospital infantil e agora em agosto serão inaugurados mais dois UPAs em regiões densamente habitadas como as Zonas Leste e Sul. Além disto, o governo também, em parcerias com o hospital de câncer de Barretos, já inaugurou a primeira ala do hospital do Câncer em Rondônia com tratamento de primeira geração, uma referencia no Brasil  no exterior. Confúcio esta vencendo o seu grande desafio, um desafio que seu antecessor não conseguiu e já esta virando o jogo.

Fonte: Carlos Sperança/Diário da Amazônia

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