7 de julho de 2012

Mauro Nazif disputa sua quarta eleição à Prefeitura de Porto Velho


O deputado federal Mauro Nazif (PSB), de 53 anos, entra para sua décima segunda disputa eleitoral, sendo a quarta para Prefeito de Porto Velho nas eleições deste ano. Casado, pai de três filhos, ele nasceu na cidade de Barra do Piraí (RJ) e chegou em Rondônia em 1984 para trabalhar como médico.
Trabalhou no antigo Hospital Tropical e Hospital de Base. Foi vereador e deputado estadual por dois mandatos e atualmente ocupa cargo de deputado federal. Nas onze eleições que disputou, venceu sete e perdeu quatro. O peesebista também disputou eleição para governo de Rondônia e coleciona vários erros e acerto ao longa de onze disputas eleitorais.
Na convenção do último dia 30, o PSB selou aliança com o PDT, que indicou o jornalista Dalton di Franco para ser vice-prefeito na chapa. “Conheço o trabalho do Dalton quando fomos vereador juntos na Câmara de Porto Velho e deputado estadual na Assembleia Legislativa. Quando você conhece a pessoa fica mais fácil trabalhar em benefício da cidade”, admite.

Diário: Como começou a carreira politica?
Mauro Nazif: Foi por acaso. Cheguei para trabalhar como médico em Porto Velho. Em 88 meu irmão, Gilson Nazif, chegou à clínica da Vila Tupi, onde atendo, dizendo que seria candidato a vereador. O coisa mudou do dia pra noite. Passou o tempo, a família do seu Miguel Prado entendeu que eu tinha o perfil de candidato. Resisti até onde pude. Até que o seu Miguel fez um jantar com a família dele e confirmou o meu nome. Foi uma surpresa nas urnas. Fui o sétimo vereador mais votado.

Diário: Na época, o que foi prioridade?
Mauro: Começamos priorizando a bandeira dos servidores públicos. A partir dessa época começamos a fazer oposição ao governo municipal.

Diário: Durante o exercício do mandato de deputado estadual teve alguns embates na ALE?
Mauro: Acabar com a aposentadoria dos estaduais. Fizemos uma economia de mais de 20 milhões por ano para o Estado. Com essa economia o Estado pode investir mais na educação e saúde. Outro ponto que marcou minha trajetória política foi a defesa dos servidores demitidos. Estivemos à frente dos movimentos e lutamos até o desfecho. Cheguei a ser agredido na época em frente ao Palácio do Governo e Tribunal de Justiça.

Diário: Fale sobre a primeira experiência disputando a Prefeitura de Porto Velho.
Mauro: Era uma campanha desacreditada, onde tínhamos adversários importantes na época e em cima disso crescemos muito. Nas eleições de 2004 foi diferente. Éramos considerados favoritos. Pontos importantes aconteceram. Cometemos erros e acertos. O erro não era por receber o apoio do ex-prefeito Carlinhos Camurça. É que o povo não aceitava a união da oposição e direita. Em nenhum momento culpo o Carlinhos. O eleitorado não entendeu a mensagem. A postura do Carlinhos foi importante que ele não pediu nada. A universidade municipal não caiu no gosto da população.
Diário: E do lado de acerto?
Mauro: O Roberto Sobrinho na época tinha 1% da intenção de voto, mas ele teve ao seu lado a presença do presidente Lula e seus ministros. E o Lula era recém-empossado. Estava no auge da popularidade. Ele trouxe esperança à população. Naquele momento foi bom o PT ter vencido, por causa do apoio do governo federal.

Diário: O senhor já participou de outras disputas. Sempre foi bem votado para cargos do legislativo. Como explica não ter sido bem sucedito para o executivo?
Mauro: Cito o exemplo do ex-presidente Lula. Muitos pensavam que ele (Lula) não seria um bom presidente no comando do Executivo. Após participar de três eleições para presidente, o Lula ganhou e demonstrou o contrário. A experiência por nós assumida, todo esse tempo na vida pública, nos dá uma tranquilidade muito grande. Conhecemos todos os trâmites no Congresso e Ministérios. A experiência que conseguimos como vereador, deputado estadual e depois federal foi uma faculdade.

Diário: Quais as prioridades nessa disputa?
Mauro: Temos muitos pontos para ser tratados. Porto Velho cresceu muito. A saúde é um ponto. Recebemos mais de 70 mil pessoas em função das obras das usinas. Será que Porto Velho está se adequando a isso? Em nenhum momento estamos criticando a saúde municipal. A questão do trânsito e transporte. São em média 1500 veículos que entram na cidade por mês. O que estamos fazendo para melhorar a cidade? É preciso ter parceria com a PM, agentes de trânsito, no sentido educativo e não punitivo. Educar a população é importante.

Diário: E o saneamento básico?
Mauro: Temos uma Capital com 2% de saneamento. Através da bancada federal, alocamos mais de 700 milhões para cinco obras importantes. Saneamento, água tratada, drenagem de córrego e construção de novas moradias. Parte do dinheiro foi destinado para a Caerd. O recurso veio para Porto Velho e temos que cobrar a efetivação real para que isso aconteça. Tem que tornar uma cidade viável com renda, trabalhar a questão do combate à droga, defendida pelo nosso candidato a vice-prefeito Dalton di Franco e valorizar o funcionalismo.

Diário: Como você vê o pós-usina?
Mauro: Sabíamos que Porto Velho receberia duas usinas, mas não fizemos o planejamento. Também tivemos a certeza de que a população iria aumentar. Teremos um índice de desemprego muito grande após o fim das obras. Não conhecemos o índice de pobreza. O de miséria sim. Tenho medo de obras de começo, meio e fim. O usina teve isso. Temos que pensar obras que tenham começo e meio. Tivemos o ciclo do ouro, borracha e funcionalismo público. Porto Velho precisa atrair indústrias para gerar empregos. Temos polos importantes de mercado. Bolívia e Chile consomem a nossa produção. O mercado Asiático e saída para o Pacífico são importantes. O problema da energia foi resolvido em Rondônia. Temos que buscar agora a industrialização e, ao mesmo tempo, buscar a vinda do gasoduto de Urucu. Temos que gerar emprego e renda e isso está sendo discutido.

Diário: No campo político, como justifica a aliança PDT atraindo o comunicador Dalton di Franco?
Mauro: Foi uma surpresa essa aliança. O PDT tinha candidatura própria. Conversamos com vários partidos. Agradeço pela conversa e maneira ética que tivemos com todos os dirigentes partidários. Não queríamos juntar muitos partidos nessas eleições e depois ficar uma administração pública sem controle. Conversamos com o senador Acir Gurgacz e entendemos ser importante o PDT fazer parte da aliança. Eu e o jornalista Dalton di Franco trabalhamos na Câmara de Vereador juntos e também na Assembleia Legislativa quando assumi o cargo de deputado. Temos um histórico de caminhada. É uma aliança histórica e de pessoas que se conhecem. São pessoas que tiveram aliança e foram eleitas através dela.

Diário: Como candidato da oposição, como você vê a administração Roberto Sobrinho?
Mauro: Não gosto de fazer análise. Tudo o que deu certo, vamos continuar implementamos, o que está mais ou menos, vamos tentar melhorar. Vamos terminar todas as obras que estão inacabadas. Não temos sentimentos de rancor. O dinheiro que está investindo é público e precisa ser valorizado.

Diário: Qual a avaliação para o governo de Confúcio Moura?
Mauro: Precisamos da ajuda do Confúcio, do governo do estado, independente da sigla que ele esteja. Da mesma forma que eu penso que ele pode ajudar a cidade, podemos ajudar o governo gerando emprego e renda na Capital.

Diário: Como pensa Porto Velho no futuro?
Mauro: Primeiramente tem que planejar. Principalmente no setor de trânsito, saúde, para que Rondônia não tenha 70 mil desempregados em Porto Velho após as usinas. Temos que ser ágeis e práticos. Esse planejamento é importante. Todo esse trâmite em Brasília é importante para ter o município planejado.

Diário: Qual a expectativa da campanha em Porto Velho?
Mauro: Disputamos 11 eleições. Sentimos um calor nas ruas. Temos um vice de boa aceitação junto à sociedade. Nossa campanha será feita com amor e sempre olhando para o lado humano e respeito pelas pessoas. Vamos trabalhar para quem quer o bem de Porto Velho.

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