21 de março de 2011

Camargo Correa não sabe quando voltará a operar máquinas em Jirau. Senado investigará obra

A empresa Camargo Correa Construtora não sabe quando voltará a operar as máquinas no canteiro de obras da usina de Jirau, no Rio Madeira, em Porto Velho. No entando, em declaração ao jornal "Valor Econômico", o presidente da empresa, Antônio Miguel, afirmou que a reconstrução das instalações destruídas na baderna da semana passada deve começar "em breve",. Ainda há um clima de insegurança no canteiro. A Força Nacional de Segurança assumiu o controle da usina. Alguns poucos operários permanecem nos alojamentos da outra margem do rio Madeira.

"Toda crítica tem que ser avaliada. E, se for correta, temos que corrigir os processos", disse Antonio Miguel. "Mas não havia movimento grevista nem pauta de reivindicações até o movimento dos vândalos".

Os operários reclamavam do corte de horas extras e de diferenças de remuneração em relação a empregados de empresas terceirizadas. Miguel diz que a lei fixa limites máximos de horas extras e que não poderia pagar acima disso. Na obras, o salário médio supera R$ 1 mil, segundo ele. A médias de extras chega a R$ 350.

O presidente da Camargo afirma que a obra "vinha numa fase muito boa, de calmaria com a sociedade e os empresários de Rondônia". E diz manter, em Porto Velho, um diretor com "poder e autonomia quase total" para a obra. "Todo mundo me conhece, tem meus telefones. Estou aberto a ouvir e melhorar", diz Antonio Miguel. O executivo agradece o "papel das autoridades" e crê que o comitê proposto pelo MPF será "positivo" se vier para "melhorar e trazer soluções" à obra.

Senado Federal - A Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou a criação de um grupo para acompanhar as obras das usinas do rio Madeira. Proposto pelo Senador Ivo Cassol (PP-RO), o grupo investigará as causas da rebelião em Jirau e a paralisação em Santo Antônio.

Na tentativa de antecipar novos problemas, o Ministério Público Federal vai criar, em conjunto com outras instituições, um "comitê de monitoramento" das obras de Jirau e da vizinha Santo Antônio, tocada pela Odebrecht. "Temos que tirar a limpo essa história, investigar causas e criar estratégias para evitar novos casos. Foi muito grave", avalia o procurador-chefe do MPF, Reginaldo Trindade.

Ele afirma que havia um "estado geral de greve" e "profunda insatisfação" dos operários por questões trabalhistas. Trindade afirma que a Camargo ainda não assinou um termo de ajustamento de conduta (TAC) para garantir direitos de rescisão e volta dos operários ao trabalho.

Fonte: Marcelo Freire com informações do jornal Valor Econômico

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